sábado, 8 de outubro de 2011

'Só me explica como você consegue fazer com que eu tenha vontade de te dar um tiro e entrar na frente da bala ao mesmo tempo.

Little J.

domingo, 2 de outubro de 2011

Cárcere

Aceite as lágrimas
Aceite a dor
Aceite a ferida que não vai se fechar
Veja o sangue escorrendo
Ouça os passos se afastando
Ninguém vai te ajudar a levantar agora

Perca o sentido, perca a razão
Tudo o que precisava não está mais aqui
Quem sabe não é ninguém, ou só mais alguém
Indo embora

Não há nada o que fazer
Não há o que esperar
As correntes se quebraram
Mas quem precisa de liberdade
Quando se quer viver preso?

Little J.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Contrição

Se um dia você se lembrar do caminho
E quiser voltar
Eu já estarei bem longe daqui
Num lugar inalcançável
E quando o sol estiver queimando sua pele
Você vai se lembrar de quando ateou fogo
Na oportunidade de sermos melhores
Melhores do que somos agora

Não me culpe
Nem me peça desculpas
Eu apenas não consigo entender

Quando seus olhos forem abertos
Você poderá enxergar
Como hoje tudo poderia ser diferente
E quando suas lágrimas
Afogarem suas chances de felicidade
Você vai se lembrar de quando ateou fogo
Na oportunidade de sermos melhores
Melhores do que somos agora

Não me culpe
Nem me peça desculpas
Eu apenas me cansei de tentar entender
 Little J.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

'Quando nada do que você faz obtem resultado, é hora de começar a poupar esforços.
 
Little J.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

' E o que era sua razão se torna sua insanidade; o que te fazia tão bem começa a te destruir, aos poucos... ; o que te fazia feliz agora faz você querer simplesmente desaparecer, sumir por um tempo, chorar sozinha, sem ninguem pra perguntar o que está acontecendo ou querer te animar com palavras vãs; e o que você tanto quer esquecer é unicamente a 'coisa' que você lembra e relembra a cada segundo.

Little J.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Independência

Agora eu sei que tudo vai ficar bem, sei que os encantos e desencantos vêm e vão, como uma gangorra, de um lado para o outro, sem saber quando isso vai parar. Agora eu sei que não preciso de você pra respirar, tenho meu próprio tubo de oxigênio, de essencial à meramente dispensável, de suma importância à ignorado. Agora eu sei que posso me levantar sem precisar da sua mão, que posso continuar meus passos sem que você me guie, afinal, o caminho que supostamente tentei trilhar com você me levaram a nada mais que devassidão, desilusão. Me esqueça, desapareça.  Agora eu sei que por mais que você me faça falta nas noites frias, no calor do sol é o meu lugar.

Little J.




terça-feira, 7 de junho de 2011

Um dia você simplesmente acorda e percebe que está cansada demais pra continuar esperando, ou cansada demais pra continuar correndo... Percebe que talvez o melhor é nao esperar, nem correr, apenas se afastar.
'                                                                                                                                Little J.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Dimensões

Por alguns minutos toda essa angústia parece ter fim; estou num lugar melhor agora, tudo está tão bem... a não ser pelo simples fato de ser um sonho, uma ilusão que insiste em me perserguir nos poucos minutos que eu consigo pegar no sono. O despertador toca, tenho que me levantar, e apesar de todas as milhares de células do meu corpo nao quererem que eu me mova da cama, eu luto contra elas, e me levanto. Lavo o rosto. Escovo os dentes. Não tenho fome. Troco de roupa e me arrasto para o ponto de ônibus. É tão injusto ser obrigado se concentrar numa aula de trigonometria, quando tudo que eu consigo pensar é nas formas geométricas que os pedaços do meu coração adiquiriram. O tempo é meu inimigo, minutos que parecem horas, palavras, conversas, eu pareço não participar de tudo aquilo, minha mente não está ali, minha mente foi deslocada para uma outra dimesão, onde nao importa que dia é hoje, o que vai acontecer ou que caminho as situações tomarão, só o que importa agora é que o tempo passe o mais rápido possível, e que esse nó que comprime minha garganta se desfaça, pra que eu possa respirar, viver, e esquecer.
Little J.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Seja Gelo

Ela nunca foi uma menina mimada, não vivia num mundo cor-de-rosa, e nunca achou que o Amor fosse tão intenso, tão avassalador e que tiraria sua razão. Ela não se apegava, não se entregava, não amava; e quer saber, talvez o melhor na vida seja isso, não sentir com o coração, ser frio, como o gelo, que nunca sentiu o calor do fogo, apenas ser racional é o melhor a se fazer, ao menos teria sido melhor pra Ela. Mas num belo dia de sol, ela O conheceu, e foi como se nada mais fizesse sentido, nunca a vi tão feliz como durante aqueles tempos; Ela continuava cumprindo com suas obrigações, continuava com seus afazeres, mas isso tuda era segundo plano agora, ela tinha outras prioridades, outra prioridade. Ele invadiu sua mente, tirou toda sua racionalidade, todo seu lema de vida de "Não se apegue" foi por água abaixo, mas ela gostava disso, eu via o brilho em seus olhos cada vez que pronunciava o nome Dele. Tinha medo que ela se magoasse, mas ela estava tão feliz que não me atreveria a pedir pra ela tomar cuidado... deveria ter pedido, abrido os olhos Dela, ter feito ela agir como sempre fazia, esquecer. Me sinto de certa forma culpada, no fundo eu sempre soube que Final Feliz não existe, afinal, é o final, é controverso dizer que é feliz. Agora Ela já não é mais a mesma, não que ela não tenha mais sentimentos,pelo contrário, ela os tem além do compreensível.
Little J.

domingo, 3 de abril de 2011

Mas


Apenas dirija o carro. Não fale comigo, não tente consertar, colar os minúsculos cacos do que você quebrou, eu só quero ir pra casa agora. Talvez eu até espere que você diga alguma coisa, mas você sabe que meus olhos estão marejados justamente porque eu estou certa; às vezes eu queria não ter a razão, queria poder olhar pelo seu ângulo e dizer: "Hei garota! Você não é dona de toda a verdade!" Mas não posso, cada vez que tento entender, mais me dou conta de como você é idiota. Pise no acelerador, afinal, quem liga pra vida agora?
- Você já está mais calma?
- ...
- Você sabe que eu gosto de você, nunca quis te magoar, mas talvez não seja a hora certa...
- ...
Se não fosse trágico seria cômico, a maneira como você se doa a uma pessoa e tudo que você recebe é um "mas". Eu rompi todas as barreiras que pudessem acrescentar um "mas" na nossa história, e pra você ele continua existindo.
- Pode parar o carro, eu vou a pé daqui.
- Não, tudo bem, eu te levo até sua casa.
- Você já me pediu pra sair, lembra?
O som do meu salto na calçada atrai olhares em ruas escuras, não me importo, eles não virão atrás de mim, todos já se acostumaram a me deixar sozinha.
Little J.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Pânico no Parque


Crianças correndo, pipocas estourando, balões coloridos subindo para o infinito. Nada como um parque de diversões. Encontro amigos, abraço-os; conheço novas pessoas, abraço-as, sempre procurando fugir do assunto quando o mesmo é a Montanha Russa; definitivamente não é para fracos, eu sou fraca, mas não devo demonstrar isso; aceito o convite. Risos, gargalhadas, brincadeiras. Estranho como a fila pareceu andar rápido, sento-me num dos carrinhos da "tão temida". Começo a suar frio, meu coração dispara, temo ter uma premonição ou algo do tipo, felizmente, não tenho. Sobe-desce, sobe-desce. Ouço gritos, provavelmente os meus são os mais desesperados; já nem vejo quem está do meu lado, na verdade, não vejo mais nada, meus olhos não se abrem a algum tempo. A adrenalina toma conta de mim, e sem que eu perceba minha volta chega ao fim, e o incrível é que por mais assustador que tenha sido eu acabei gostando, queria estar ali de novo. Frequentemente acontece isso comigo, deve ser meu carma, ficar remoendo experiências traumáticas, ansiar por tê-las novamente, "querer estar presa por vontade" a algo que não me faz bem. De qualquer forma, já tenho meu bilhete, e não vejo a hora de chegar minha vez, uma próxima volta, próximos altos e baixos, eu preciso disso, nem que seja uma última vez.
Little J.

terça-feira, 22 de março de 2011

Pós


Depois da tempestade o que resta são galhos quebrados e muros caídos. Depois de uma longa corrida o que fica são os calos nos pés e as queimaduras do sol no seu rosto; raramente você é o vencedor. Depois de uma alta aposta o que você leva pra casa é o prejuízo por ter perdido e a vergonha pelo fracasso; a aposta parecia tão vantajosa quando você a fez... Depois de uma longa viagem de ida a volta parece tão curta. Depois das chamas ficam as cinzas. Depois do choro vem os olhos inchados. Depois do abraço vem a dor da partida. O próximo passo depois do início é o fim, e depois do fim nem sempre você tem forças para a tentativa de um recomeço. E finalmente, depois de um grande amor, o que nos resta não é nada mais que um coração partido. Em milhares de pedaços.
Little J.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Predadores


Está escuro. Está frio. Estou com medo. A noite parece interminável, nenhum mísero raio de sol anuncia o amanhecer. O uivo dos coiotes me lembra que tenho companhia indesejável por perto. Estou sentada agora, apoiada no caule de uma árvore qualquer, meus pés já doem por andar em círculos por horas. Sei que pode parecer que estou perdida, mas não estou; eu quis estar aqui, só não imaginei que terminaria dessa forma, quer dizer, era pra ser um belo passeio pelo bosque num dia ensolarado, mas se transformou numa caminhada sombria em uma noite vazia. Se eu sabia dos perigos ao enfrentar o desconhecido? Sim, é claro, mas achei que quando chegasse a noite eu teria a mão de alguém pra segurar, uma voz no meu ouvido dizendo que daria tudo certo. Tola! Parece que ele foi mais esperto que eu, pegou sua trilha e foi pra casa, me lançou as feras do jeito mais covarde... A noite continua, meus companheiros coiotes parecem ter se acalmado, a lua cheia muda vagarosamente sua posição, eu permaneço na minha. Ninguém veio me procurar ainda, ninguém sentiu a minha falta, nenhuma voz clama meu nome na escuridão. Pela primeira vez sinto-me verdadeiramente sozinha, mas a escolha foi minha, foi minha vontade estar ali, e agora tenho que encarar as consequências, por mais dolorosas que elas sejam, é obrigação minha enfrentá-las, e sobreviver a elas. Enfim, um pequeno raio de sol faz nascer uma ponta de esperança em mim. Me sinto melhor, o frio e o medo se dissipam lentamente; pareço mais forte com o amanhecer, mas ainda estou sozinha, continuo sendo só uma menina frágil cercada por predadores. Será que um dia alguém vai sentir minha falta?
Little J.